Classical
A.k.a. Frederico Guedes de Freitas
Compositor, maestro, pedagogo e musicólogo, Frederico de Freitas foi uma personalidade marcante na cultura portuguesa do séc. XX. Com um enfoque particular na composição, a sua carreira caracterizou-se pela abrangência e eclectismo, e pela associação a géneros diversificados, da música erudita à criação para a indústria fonográfica, cinema, teatro e dança. Frederico Guedes de Freitas nasceu a 15 de Novembro de 1902 em Lisboa, e iniciou os seus estudos de música com a mãe, Elvira Cândida Guedes de Freitas. Prosseguiu a sua formação musical no Conservatório Nacional em Lisboa a partir de 1915, tendo composto as suas primeiras obras aos 16 anos. A primeira audição pública de uma obra da sua autoria, o "Poema sobre uma Écloga de Virgílio", teve lugar em 1922. Paralelamente, e sobretudo a partir de 1924, dedicou-se também ao estudo de regência orquestral. Concluiu o curso de Composição no Conservatório Nacional em 1925, e foi seleccionado para Pensionista do Estado no estrangeiro nesse mesmo ano, o que lhe possibilitou a realização de viagens a vários países europeus em 1927 e 1928. Recebeu em 1926 o 1º prémio no Concurso Nacional de Composição pelo "Nocturno para Violoncelo e Piano", o primeiro de vários prémios que lhe foram atribuídos, como o Prémio de Composição Domingos Bomtempo (1942), pelo seu "Quarteto Concertante", e o Prémio Nacional de Composição Carlos Seixas (1963), pela sua "Sinfonia dos Jerónimos". A estreia da revista "Água-Pé", em 1927, marca o início de um período de dez anos em que compõe intensamente para teatro de revista, opereta e vaudeville, e em que actua como autor e produtor no contexto da indústria fonográfica, como 1º director musical da delegação portuguesa da "His Master’s Voice" na transição para a década de 1930. É também nesta fase que começa a sua actividade como compositor de música para filmes, tendo sido o autor da música do primeiro filme sonoro português, "A Severa" de Leitão de Barros (1931). Esta ligação ao cinema manteve-se até 1947, tendo composto música instrumental e/ou canções para filmes emblemáticos deste período, citando-se "O Pátio das Cantigas" de Francisco Ribeiro, "Fado, História d'Uma Cantadeira" de Perdigão Queiroga, entre outros. Foi também marcante a sua actividade como compositor de música para dança, tendo colaborado com os Bailados Portugueses Verde Gaio e com o bailarino e coreógrafo Francis Graça (seu amigo de juventude) em várias produções daquela companhia de dança durante a década de 1940, com destaques para "O Muro do Derrete", "Dança da Menina Tonta", "Imagens da Terra e do Mar", "Nazaré". Esteve também associado, como compositor, a variadas iniciativas de âmbito cultural promovidas por instituições e pelo regime do Estado Novo, providenciando obras como "Ribatejo", a "Missa Solene", a "Suite Medieval", a "Sinfonia aos Jerónimos" ou o "Hino Asas Atlânticas". Foi nomeado Maestro Subdirector da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional em 1935. Esteve ligado a esta instituição até 1975, dirigindo vários dos seus "ensembles" sinfónicos tanto em Portugal como em digressões internacionais; apresentou-se também como maestro convidado em vários países. Foi Director da Orquestra Sinfónica do Conservatório de Música do Porto entre 1949 e 1953. O seu interesse pela direcção coral esteve na base da fundação, em 1940, da Sociedade Coral de Lisboa, que se dedicou nessa década à apresentação e estreia nacional de obras do repertório coral sinfónico, entre elas as estreias da "Sinfonia Nº 4" de Gustav Mahler, da "Sinfonia Nº 9" de Ludwig Van Beethoven e da "Sinfonia Nº 5" de Dimitri Shostakovich. Enquanto maestro, Frederico de Freitas teve um papel relevante na divulgação da música portuguesa, tendo dirigido a estreia de diversas obras de compositores portugueses seus contemporâneos, como foi o caso da "Invocação dos Lusíadas" de Vianna da Motta, algumas obras de Fernando Lopes Graça e Manuel Faria. Não obstante a sua intensa dedicação à regência orquestral, manteve sempre actividade constante e ecléctica como compositor, tendo criado obras em géneros variados: repertório sinfónico (A Lenda dos Bailarins, 1925; Suite Africana, 1938; Concerto para flauta, 1953-54; Sinfonia ‘Os Jerónimos’, 1961-62), música de câmara instrumental (Sonata para violino e piano, 1946; Quinteto de sopros, 1950) e vocal (Dez Canções Galegas, 1962-63), música coral (Stabat Mater, 1971), assim como música de cena; realizou numerosas harmonizações e orquestrações de música tradicional portuguesa, entre elas o "Vira do Minho", com a sua letra "Meninos Vamos ao Vira". Exerceu actividade pedagógica em várias instituições a partir de 1923, nomeadamente no Liceu Camões e no Liceu Gil Vicente, onde leccionou Canto Coral, e no Centro de Estudos Gregorianos (presentemente Instituto Gregoriano de Lisboa), onde leccionou Composição, Contraponto e Fuga (a partir de 1967). Em 1956, Frederico de Freitas orquestrou "A Portuguesa", e em 1974, orquestrou a "Grândola Vila Morena" em 1974, sendo posteriormente entrevistado pela TV em 1978, numa antologia da sua obra, providenciada pelo encenador César de Oliveira, e faleceu em Lisboa a 12 de Janeiro de 1980, sendo homenageado em 1981 no programa "E o Resto São Cantigas".
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Title | Artist | Year | Type |
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Complete Music For Violin | Frederico De Freitas, Carlos Damas, Jill Lawson, Jian Hong | 2015 | Album |
Images Of My Land ■ Lithurgical Triptich ■ Ditirambo ■ Minho Suite | Manuel Faria – Orquestra Sinfónica da RDP, Frederico De Freitas, Silva Pereira | 2002 | Album |
Images Of Earth And Sea · Nazaré | Frederico De Freitas, Orquestra Sinfónica da RDP | 2000 | Album |
Ribatejo · The Legend Of The Dancers (A Lenda Dos Bailarins) · The Love Wall (O Muro Do Derrête) · African Suite · Poem On An Eclogue Of Virgil | Frederico De Freitas, Orquestra Sinfónica da RDP | 1998 | Album |
Sonata Para Violino E Violoncelo / Sonata Para Piano E Violino | Frederico De Freitas - Vasco Barbosa, Maria José Falcão, Grazi Barbosa | 1980 | Album |
Modinhas Portuguesas E Brasileiras Dos Séculos XVIII E XIX | Frederico De Freitas, Elsa Saque, Fernando Serafim, Magdalena Van Zeller | Album |