Album BR 1979 on Philips label
Jazz and Latin (Fusion, Latin Jazz)
O ano de 1968 mudou a vida de muita gente. Entre elas a de um estudante de administração de empresas metido a tocar piano em grupos de jazz e bossa-nova que aproveitou os meses de greve na Fundação Getúlio Vargas para começar a trabalhar como músico profissional. Acompanhou cantores, fez programas de TV, dirigiu a parte musical do último espetáculo montado por Augusto Boal no Teatro de Arena, e levado pelo compositor Walter Santos penetrou pela primeira vez nos mistérios de um estúdio de gravação e escreveu os primeiros arranjos. É evidente que a volta à escola, acabada a greve, foi um fracasso. As notas musicais tinham muito mais atrativo que os problemas de marketing e finanças, e os papos pelos botecos da madrugada eram sem dúvida mais divertidos que os almoços de negócios. E lá se foi a Faculdade. Mas o rapaz tinha mania de fazer as coisas bem feitas. Se era para fazer músicas, tinha que ser a sério. E se mandou com a cara e a coragem para Boston para estudar na afamada Berklee School of Music, onde passou dois anos e mei. Para pagar os estudos trabalhou nos mais diversos lugares, cobrindo uma trajetória que começou acompanhando strip-teases em night-clubs do cais do porto, passando pelo Playboy Club. por vários conjuntos de jazz e rock e terminando com shows e gravações ao lado de gente famosa como The Platters, Astrud Gilberto, Ron Carter, Airton Moreira, e Flora Purim.Outros convites vieram, inclusive para integrar a banda de Buddy Rich, mas a saudade do arroz com feijão falou mais forte. O ano de 1972 veio encontrá-lo de novo no Brasil, organizando seminários de estudo para músicos profissionais, um encontro semanal onde se podia trocar informações de teoria musical e técnicas de interpretação e orquestração. A partir desses seminários surgiu a idéia de se criar uma orquestra para funcionar como laboratório de experiências para músicos O pessoal começou a se reunir para tocar nas segundas-feiras numa casa noturna de São Paulo, aproveitando a noite tradicionalmente fraca. A idéia pegou, o Público gostou, e os vinte músicos da Banda de Nelson Ayres continuam empolgando casas lotadas nas segundas-feiras, cumprindo também um extenso programa de divulgação de música instrumental entre o público universitário. Este disco mostra um Nelson Ayres bem diferente do líder da orquestra. É um trabalho íntimo, com a colaboração de uns poucos amigos mais chegados. O próprio Nelson define o disco não como um trabalho acabado e homogêneo,mas como uma colcha de retalhos de propostas e sugestões a serem desenvolvidas. Veja por exemplo o tratamento rítmico e melódico da rancheira Veranico de Maio, a harmonia de Muito Tempo, os efeitos de teclados de Cidade Encantada e até mesmo a proposta de vida do despretensioso Projeto de Jingle profissional. Tomara que os próximos anos sejam bem sucedidos como estes.
![]() | Nelson Ayres key, p, *1947 BR keyboards, arranged by, album by, composed by |
![]() | Roberto Sion fl, sax, as, alto saxophone, tenor saxophone, flute |
![]() | Claudio Bertrami b, eb, BR bass |
![]() | William Caram dr, drums |
![]() | Luiz Carlos Maluly g, h, vl, guitar |
![]() | Ubiraci De Olivera percussion |
![]() | Hector Costita ts, *1934 BR tenor saxophone |
![]() | Odésio Jericó tr, fh, trumpet |
![]() | Maria de Fatima Fattoruso voc, BR vocals |
Aldo Luiz illustration |
Nelson Ayres |
Tereza Souza |
No | ![]() |
Title | Artist | Composer | Duration |
---|---|---|---|---|---|
1 | ![]() | Mientras | Nelson Ayres | Nelson Ayres | 7:10 |
2 | ![]() | Veranico De Maio | Nelson Ayres | Nelson Ayres | 4:39 |
3 | ![]() | Fanfarra E Farra | Nelson Ayres | Nelson Ayres | 6:47 |
4 | ![]() | Dois Tempos | Nelson Ayres | Nelson Ayres | 4:31 |
5 | ![]() | Projeto De Jingle | Nelson Ayres | Nelson Ayres, Tereza Souza | 3:10 |
6 | ![]() | Muito Tempo | Nelson Ayres | Nelson Ayres | 4:41 |
7 | ![]() | Cidade Encantada | Nelson Ayres | Nelson Ayres | 3:42 |
30sec audio samples provided by